segunda-feira, maio 16, 2016

Morre o cantor Cauby Peixoto, o ídolo do rádio

Aos 85 anos, intérprete de 'Conceição' e 'Bastidores' estava internado havia uma semana em São Paulo por causa de uma pneumonia

 O cantor Cauby Peixoto se apresenta no prédio do BNDES, no centro do Rio de Janeiro, em agosto de 2004 (Foto: Alaor Filho/Estadão Conteúdo/Arquivo)

O cantor Cauby Peixoto morreu na noite deste domingo, aos 85 anos. Ele estava internado no hospital Sancta Maggiore, no bairro do Itaim Bibi, zona sul de São Paulo, desde 9 de maio, por causa de uma pneumonia.


Remanescente da era de ouro da canção, Cauby se estabeleceu nos anos 1950 e se tornou o cantor mais famoso do rádio brasileiro, ocupando o trono que antes pertencera a Orlando Silva. Foi um showman de talento único e pioneiro ao levar aos palcos o estilo teatral, com exageros vocais e faciais e o figurino purpurinado inspirado no pianista americano Liberace, como retratou o documentário Cauby - Começaria Tudo Outra Vez, lançado no ano passado. No filme do diretor Nelson Hoineff, o cantor fala de tudo, de seu nunca assumido homossexualismo às joias de seu repertório: Conceição, Bastidores (um presente de Chico Buarque) e New York, New York.

Nascido em Niterói, Rio de Janeiro, em 10 de fevereiro de 1931 (ou 1934, dúvida que ele nunca fez questão de esclarecer), Cauby Peixoto é parte de uma família repleta de músicos e cantores. Primo de Ciro Monteiro e sobrinho do pianista Romualdo Peixoto, o Nonô, Cauby decide pela carreira musical em 1950, quando passa a participar de programas de calouros no rádio. Seu primeiro LP é Blue Gardênia, de 1955. A canção-título, uma versão da música americana tema do filme Gardênia Azul, abriu as portas da fama para o cantor, que até então tinha nas casas noturnas cariocas seu principal público.

Durante os anos 1950 e 1960, Cauby se torna um dos nomes mais importantes e prolíficos entre os rouxinóis da era de ouro do rádio. Seu repertório contava especialmente com sambas-canções românticas, que fizeram do cantor um ídolo pop - imagem reforçada pela jogada de marketing do empresário Edson di Veras, que combinava com "fãs histéricas" um assédio exagerado, com direito a desmaios e roupas rasgadas.

Entre os primeiros sucessos entoados por Cauby estão Triste Melodia, Um Sorriso e um Olhar e Final de Amor, que seriam acompanhados mais tarde por títulos como Conceição, Loucura, Onde Anda Você, A Pérola e o Rubi, Nono Mandamento, Bastidores, entre outros. Sua carreira ficou marcada por versões de grandes hits da MPB e de clássicos internacionais, como Deusa da Minha Rua, Serenata, As Pastorinhas, O Teu Cabelo Não Nega, Ne Me Quitte Pas, New York, New York e até uma versão em inglês de Maracangalha, batizada de I Go.

Nos anos 1970, a fama do cantor começa a diminuir e ele perde espaço na mídia. Cauby continua gravando discos novos, porém com intervalos maiores entre eles. O primeiro do período foi Superstar, que tinha entre suas faixas as versões de Valsinha (Chico Buarque e Vinicius de Moraes), Detalhes(Erasmo Carlos e Roberto Carlos), Maria, Maria (de Aramis de Lara) e Se Todos Fossem Iguais a Você(Tom Jobim e Vinicius de Moraes).

O cantor brega ganha novo fôlego a partir dos anos 1980, quando ele celebra seus 25 anos de estrada e lança seis discos, entre eles Ângela & Cauby, de 1982, ao lado da cantora Ângela Maria, parceria que se repetiria em 1992, com o disco Ângela & Cauby Ao Vivo. Nos anos 1990, destaca-se também o discoCauby Canta Sinatra, de 1995, em que o ele interpreta em inglês e português canções famosas na voz do músico americano, como My Funny Valentine, Cheek to Cheek e The Lady is a Tramp. A homenagem a Frank Sinatra se repetiria em 2010, com o disco Cauby Sings Sinatra. Além do cantor de olhos azuis, Baden Powell, Roberto Carlos e o grupo The Beatles também foram tema de especiais entoados por Cauby.

A raiz do samba volta ao repertório do músico nos anos 2000, quando ele lança o disco Meu Coração é um Pandeiro. Depois deste trabalho, ele dedica-se a promover coletâneas e gravações ao vivo, enquanto cuida da saúde, especialmente da diabete, e se recupera de uma cirurgia para implantar pontes de safena. Em 2011 lança o CD triplo Cauby Peixoto, o Mito, box que celebra seu aniversário de 80 anos. Seu último trabalho é Minha Serenata, de 2012. Ao longo da carreira, Cauby lançou 100 discos, entre compactos, LPs e CDs.

Aclamado como um dos principais ídolos da música brega brasileira, Cauby sempre prezou pela discrição. Ganhou em 2001 a elogiada biografia Bastidores - Cauby Peixoto - 50 Anos da Voz e do Mito(Record), de Rodrigo Faour, e, em 2006, a peça de teatro musical Cauby! Cauby!, protagonizada pelo ator Diogo Vilela na pele do cantor. Em 2013, foi tema do documentário dirigido por Nelson Hoineff.

Com a saúde debilitada, foi internado várias vezes nos últimos anos. Em 2000, ganhou seis pontes de safena - e, em um mês, estava cantando de novo. Em 2015, passou semanas internado por causa de diabete.

Fonte: Veja Online
Morre o cantor Cauby Peixoto, o ídolo do rádio
Cauby Peixoto: corpo do cantor é velado em SP

Velório acontece na manhã desta segunda na Assembleia Legislativa de SP.
Cauby morreu no domingo, devido a uma pneumonia, aos 85 anos.

Do G1, em São Paulo

Corpo do cantor Cauby Peixoto é velado em SP (Foto: Cauê Muraro/G1)

O corpo do cantor Cauby Peixoto está sendo velado na Assembleia Legislativa de São Paulo, no Ibirapuera, Zona Sul da capital, na manhã desta segunda-feira (16). O velório ainda não foi aberto aos fãs, apenas para a família do cantor.

Cauby morreu na noite de domingo (15), aos 85 anos. Ele estava internado devido a uma pneumonia desde segunda-feira passada, dia 9 de maio, no Hospital Sancta Maggiore, no Itaim Bibi, em SP.

O enterro está previsto para acontecer às 16h30 no Cemitério Congonhas, no Jardim Marajoara.

Dono de uma voz marcante – famosa em sucessos como “Conceição” e “Bastidores” –, e conhecido ainda pelo figurino extravagante, Cauby Peixoto foi um dos cantores mais populares da música brasileira. Ao longo de uma carreira de seis décadas, gravou mais de 40 discos.


Corpo do cantor Cauby Peixoto é velado em SP (Foto: Cauê Muraro/G1)


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